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Medida foi tomada no processo em
que Lula é réu por tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato
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O juiz Ricardo Soares Leite, da
10ª Vara Federal de Brasília, determinou nesta terça-feira a
suspensão das atividades do Instituto
Lula na ação
penal em que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva é
acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
O juiz tomou a medida cautelar porque
entendeu que a entidade estava sendo usada para a “perpetração de vários
ilícitos criminais”. “Assim, em relação ao acusado Luís Inácio Lula da
Silva, verifico pelo teor de seu depoimento que o Instituto Lula, mesmo que
desenvolva projetos de intuito social, possa ter sido instrumento ou pelo menos
local de encontro para a perpetração de vários ilícitos criminais”, escreveu o
magistrado em decisão proferida na última sexta-feira, mas só publicada hoje.
Na decisão, o
magistrado usou declarações do próprio petista feitas durante interrogatório do dia 14 de março. No
depoimento, Lula afirmou que não existia burocracia na instituição e que
tratava ali de diversos temas que não tinham necessariamente relação com o
trabalho principal da entidade. Num dado momento, ele até brincou,
dizendo que o apelido da entidade era “Posto Ipiranga”. “Não era por causa do
Instituto, era do personagem. Tem problema em tal? Vai no posto Ipiranga”,
explicou ele.
“Como o próprio acusado mencionou que no local se discutia vários
assuntos, e há vários depoimentos que imputam pelo menos a instigação de
desvios de comportamentos que violam a lei penal, a prudência e a cautela
recomendam a paralisação de suas atividades. Há indícios abundantes de que se
tratava de local com grande influência no cenário político do país, e que
possíveis tratativas ali entabuladas fizeram eclodir várias linhas
investigativas”.
No
mesmo processo, também são réus o ex-senador Delcídio do Amaral, o pecuarista
José Carlos Bumlai e o seu filho Maurício, o banqueiro André Esteves, o
advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e o ex-assessor de Delcídio Diogo
Rodrigues. Lula é suspeito de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró, que na época negociava um acordo de delação premiada
com o Ministério Público Federal.
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