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quarta-feira, 10 de maio de 2017

JUSTIÇA DO DF SUSPENDE ATIVIDADES DO INSTITUTO LULA

Medida foi tomada no processo em que Lula é réu por tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato

O juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou nesta terça-feira a suspensão das atividades do Instituto Lula na ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
O juiz tomou a medida cautelar porque entendeu que a entidade estava sendo usada para a “perpetração de vários ilícitos criminais”. “Assim, em relação ao acusado Luís Inácio Lula da Silva, verifico pelo teor de seu depoimento que o Instituto Lula, mesmo que desenvolva projetos de intuito social, possa ter sido instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpetração de vários ilícitos criminais”, escreveu o magistrado em decisão proferida na última sexta-feira, mas só publicada hoje.
Na decisão, o magistrado usou declarações do próprio petista feitas durante interrogatório do dia 14 de março. No depoimento, Lula afirmou que não existia burocracia na instituição e que tratava ali de diversos temas que não tinham necessariamente relação com o trabalho principal da entidade. Num dado momento, ele até brincou, dizendo que o apelido da entidade era “Posto Ipiranga”. “Não era por causa do Instituto, era do personagem. Tem problema em tal? Vai no posto Ipiranga”, explicou ele.
Como o próprio acusado mencionou que no local se discutia vários assuntos, e há vários depoimentos que imputam pelo menos a instigação de desvios de comportamentos que violam a lei penal, a prudência e a cautela recomendam a paralisação de suas atividades. Há indícios abundantes de que se tratava de local com grande influência no cenário político do país, e que possíveis tratativas ali entabuladas fizeram eclodir várias linhas investigativas”.
No mesmo processo, também são réus o ex-senador Delcídio do Amaral, o pecuarista José Carlos Bumlai e o seu filho Maurício, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e o ex-assessor de Delcídio Diogo Rodrigues. Lula é suspeito de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que na época negociava um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.









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