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Grupo de parlamentares favorável ao desembarque do governo deve votar a
favor de denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer
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A denúncia apresentada pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB) ao
Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira, reforçou o movimento de parte
da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados pelo desembarque do partido do
governo. No último dia 12, a Executiva Nacional da legenda definiu a
permanência na base de Temer, mas abriu a possibilidade de mudança com
possíveis “fatos novos”.
Apesar do
esforço do Palácio do Planalto para manter os tucanos, que comandam quatro
ministérios, ao seu lado, o presidente não deverá ter o apoio em bloco da
legenda na votação da admissibilidade de denúncia no plenário da Câmara. Para
ser aprovada, a solicitação para a instauração do processo precisa do apoio de
342 dos 513 deputados da Casa. Se ficar admitida a acusação, após a aprovação
do parecer, será autorizada a instauração do processo no Supremo.
Foram
ouvidos 31 dos 46 integrantes da bancada do PSDB. Destes, quinze afirmaram que
votarão pela admissibilidade da denúncia, sete contra e nove se disseram
indecisos ou não quiseram opinar. Parte desse grupo prefere manter o
posicionamento em sigilo por ora, mas muitos já falam abertamente.
“Vou votar favoravelmente. Não cabe à Câmara dos
Deputados impedir a admissibilidade (da denúncia). O PSDB precisa de uma
atitude independente em relação ao governo Temer”, afirmou o deputado Eduardo
Barbosa (MG). Dos sete tucanos que integram a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), onde será realizada a primeira etapa do processo, pelo menos
cinco tendem a votar contra o governo.
Maioria
O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP), disse ter avisado a cúpula
do partido de que vai consultar a bancada e votará com a maioria. A
interlocutores, porém, ele sinalizou que não pretende articular nenhum
movimento em defesa do Planalto.
Aliado do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o deputado Silvio Torres (SP),
secretário-geral da legenda, reconheceu que o ambiente mudou desde a reunião
ampliada da Executiva que decidiu pela permanência no governo.
‘Questão de Tempo’
Em caráter reservado, até mesmo os mais conhecidos
defensores de Temer na bancada declararam que o desembarque do partido da base
do governo é uma “questão de tempo”. A mudança de discurso do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que
passou a defender a renúncia de Temer, enfraqueceu o discurso dos tucanos mais
alinhados com o Planalto.
O partido
comanda, atualmente, quatro pastas na Esplanada dos Ministérios: Cidades (Bruno
Araújo), Relações Exteriores (Aloysio Nunes Ferreira), Direitos Humanos
(Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antônio Imbassahy). Destes,
Imbassahy e Nunes são os mais engajados em manter o PSDB no governo. O
presidente licenciado do PSDB, senador afastado Aécio Neves (MG), também faz parte
do grupo que pressiona o partido para permanecer ao lado de Temer.
Fonte Veja.com
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