O conselho pleno da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) decidiu, por 25 votos contra um, aprovar a
abertura de pedido de impeachment do presidente Michel Temer. A reunião,
que durou mais de sete horas, terminou na madrugada desse domingo (21). Os
representantes de todos os estados e do Distrito Federal, exceto o do Acre,
ausente e o da Amapá, que votou contra o impedimento, optaram por protocolar o
pedido. A formalização junto à Câmara dos Deputados deverá ser feita durante a
próxima semana.
O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, comentou sobre o delicado
momento político vivido no Brasil: “Estamos a pedir o impeachment de mais um
presidente da República, o segundo em uma gestão de 1 ano e 4 meses. Tenho
honra e orgulho de estar nessa entidade e ver a OAB cumprindo seu papel, mesmo
que com tristeza, porque atuamos em defesa do cidadão, pelo cidadão e em
respeito ao cidadão. Esta é a OAB que tem sua
história confundida com a democracia brasileira e mais uma vez cumprimos nosso
papel”, disse.
De acordo com a comissão formada pela OAB o crime de responsabilidade fica
caracterizado no momento em que Michel Temer não denúncia os crimes confessados
por Joesley Batista durante a conversa. O empresário chega a dizer ao
presidente que corrompeu três funcionários públicos. Segundo a ordem o presidente
infringiu a Constituição da República (art. 85) e a Lei do Servidor Público
(Lei 8.112/1990) e também cometeu o crime de peculato (Código Penal, art. 312).
Temer
teria faltando com decoro ao se encontrar com o dono da JBS sem registro em sua
agenda oficial, quebrando condições previstas tanto na Constituição da
República quanto na Lei do Impeachment (Lei 1.079/1950).
A
reunião da OAB só teve início após a ordem ter
conseguido acesso ao material de áudio disponibilizado por Joesley Batista.
"Assim como fizemos ao analisar o impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff, afirmei que não convocaria sessão baseado apenas em notícias de
jornais e fiz o mesmo desta vez: só o faria com dados formais e oficiais do
processo", disse Lamachia.
Entenda o caso envolvendo o presidente Michel Temer
De
acordo com informações obtidas por Lauro Jardim, colunista do jornal "O
Globo", os proprietários da JBS, Joesley e Wesley Batista, afirmaram em
delação premiada que possuem uma gravação na qual Temer aprova o pagamento de
uma "mesada" para calar o ex-deputado Eduardo Cunha e o operador de
propinas Lúcio Funaro, ambos presos. Ao saber desta informação, o presidente
teria solicitado que a prática não parasse: "Tem que manter isso".
No
depoimento aos procuradores, Joesley revelou que a ordem da mesada na cadeia
não partiu de Temer, mas que o presidente tinha total conhecimento de toda a
operação.
Outra
informação veiculada pelo jornal que atinge o presidente diretamente é a de que
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), homem de confiança de Temer e ex-assessor
especial da Presidência, teria recebido R$ 500 mil de propina para cuidar de
uma pendência da J&F, holding que controla a JBS. A pendência, no caso,
seria a disputa entre a Petrobras e a J&F sobre o preço do gás fornecido pela
estatal para a termelétrica EPE.
Ao
ser indagado por Joesley sobre quem poderia ajudar a resolver esta situação a
seu favor, Temer teria apenas respondido para falar "com o Rodrigo".
A pendência foi resolvida mediante um pagamento de R$ 500 mil semanais por 20
anos, tempo que duraria o acordo com a EPE. Apenas a primeira parcela de R$ 500
mil foi paga, segundo a reportagem de Lauro Jardim.
Após
os desdobramentos da denúncia, o presidente afastou a possibilidade de renúncia
e reiterou que jamais discutiu qualquer pagamento feito pelo JBS à Eduardo
Cunha.
A
defesa do presidente Michel Temer argumentou neste sábado (20) ao Supremo
Tribunal Federal (STF) que a perícia no áudio entregue pelo empresário Joesley
Batista à Procuradoria-Geral da República (PGR) é necessária para justificar a
investigação contra o presidente.
Em
pronunciamento na tarde deste sábado (20), no Palácio do Planalto, em Brasília,
o presidente da República, Michel Temer, afirmou que vai solicitar ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a suspensão do inquérito aberto contra ele. O presidente
subiu o tom, e chegou a chamar Joesley Batista de "criminoso".
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