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Depois que a polícia enviar as perguntas, o presidente terá
24 horas para respondê-las
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O ministro Edson Fachin, relator da
Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira que a
Polícia Federal tome o depoimento do presidente Michel Temer e deu prazo de dez
dias para o encerramento das investigações. Depois que a PF formular as
perguntas, o presidente terá 24 horas para respondê-las, por escrito. O
interrogatório vai instruir o inquérito aberto no STF para investigar se o
presidente cometeu os crimes de tentativa de obstrução das investigações,
corrupção passiva e participação em organização criminosa. Fachin quer pressa
na conclusão do caso porque uma das investigadas está presa.
“De
fato, com a decretação da prisão preventiva, no contexto dessa investigação, de
Roberta Funaro Yoshimoto, tem-se como certo o prazo para conclusão das
investigações, como previsto na primeira parte do art. 10 do Código de Processo
Penal, a saber, 10 (dez) dias”, escreveu o ministro, referindo-se à irmã do
operador Lúcio Funaro.
Se não conseguir concluir a perícia nos
áudios da conversa travada entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista, no
prazo fixado, a PF poderá pedir mais tempo para finalizar o trabalho.
O ministro também determinou a divisão
do inquérito em dois. Temer, no entanto, continuará sendo investigado no mesmo
inquérito que o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Temer tinha pedido
para ser investigado sozinho, mas Fachin concluiu que os indícios que pesam
sobre os dois são semelhantes. A defesa do presidente também queria que o caso
mudasse de relatoria, mas Fachin também negou esse pedido.
“Há informações quanto à ligação entre
Michel Miguel Elias Temer Lulia e Rodrigo Santos da Rocha Loures, porque, em
tese, este teria agido em nome daquele, o que impede, pela conexão dos fatos,
qualquer deliberação acerca de desmembramento no particular, ao menos na
presente etapa do procedimento”, observou o ministro.
Os indícios que pesam contra o senador
Aécio Neves (PSDB-MG) tramitarão em um outro inquérito, que será sorteado para
a relatoria de outro ministro do STF.
Na semana passada, a Polícia Federal
(PF) solicitou à defesa do presidente Michel Temer uma data para que ele possa
prestar depoimento. Os advogados do presidente, então, pediram ao relator da
Lava-Jato que suspendesse a medida até a conclusão da perícia da gravação de
uma conversa de Temer com o dono da JBS Joesley Batista.
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, também pediu ao ministro Edson Fachin autorização para o
depoimento de Temer. Janot não sugeriu data e disse que depoimento será feito
"nos moldes a serem definidos" por Fachin. No pedido, o
procurador-geral argumentou que, ao confirmar diálogo gravado pelo empresário
Joesley Batista, Temer acabou fazendo uma confissão extrajudicial.
Na gravação, Joesley, dono do
frigorífico JBS, fala com o presidente sobre pagamento de propina ao
ex-presidente da câmara Eduardo Cunha e a um procurador da República, e também
pede para o presidente ajudá-lo a pressionar o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles. A gravação foi feita sem conhecimento de Temer e passa por perícia
da PF para verificar se foi editada.
Fonte O Globo
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