Além dos danos à saúde pública, a
produção e o consumo de produtos derivados do tabaco geram importantes impactos
socioambientais em todo o planeta – um deles é o uso de lenha para aquecer
estufas que secam as folhas de tabaco e que leva ao desmatamento e ao desequilíbrio
da biodiversidade em tempo de constantes mudanças climáticas. O alerta é da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Dia Mundial sem
Tabaco 2017, lembrado hoje (31), a entidade adotou como tema da campanha
Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento. A proposta consiste em um apelo aos
países-membros para que implementem medidas consistentes de controle do tabaco,
incluindo a proibição de todo tipo de marketing e
publicidade relacionados ao assunto, a adoção de embalagens simples para os
produtos e o aumento de impostos especiais voltados para o setor.
Custos à saúde e à
economia
Dados da OMS mostram que o consumo do
tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos e custa aos lares e aos
governos mais de US $ 1,4 trilhão, em razão de despesas com saúde e da perda de
produtividade. “O tabaco ameaça a todos nós”, alertou a diretora-geral da OMS,
Margaret Chan. “Ele exacerba a pobreza, reduz a produtividade econômica,
contribui para pobres escolhas alimentares domésticas e polui o ar interior”,
completou.
“Entretanto, por meio da adoção de
medidas robustas de controle, os governos podem salvaguardar o futuro de seus
países protegendo usuários e não usuários desses produtos mortais, gerando
receitas que financiam a saúde e outros serviços sociais, salvando seus
ambientes das devastações provocadas pelo tabaco”, disse Margaret.
Cicatrizes ao meio
ambiente
Ainda segundo a OMS, os impactos do
tabaco e de seus derivados na natureza envolvem dados como:
– Resíduos de tabaco contêm mais de 7
mil produtos químicos tóxicos que envenenam o meio ambiente, incluindo
carcinogênicos humanos.
– Emissões de fumaça proveniente do
tabaco contribuem com milhares de toneladas de carcinogênicos humanos, tóxicos
e gases de efeito estufa para o meio ambiente.
– Cerca de 10 bilhões dos 15 bilhões
de cigarros vendidos todos os dias no mundo são descartados no meio ambiente.
– Bitucas de cigarro respondem por
30% a 40% de todos os itens coletados em limpezas costeiras e urbanas.
Ameaça a mulheres e
crianças
A entidade alerta ainda que o tabaco
representa ameaça a todo tipo de população e também ao desenvolvimento nacional
e regional dos países sob diversos aspectos, incluindo:
– Pobreza: cerca de 860 milhões de
fumantes adultos vivem em países de baixa e média renda. Estudos mostram que
nos lares mais pobres, gastos com produtos derivados do tabaco representam mais
de 10% do orçamento, o que significa menos renda para alimentação, educação e
saúde.
– Infância e educação: as plantações
de tabaco comprometem o acesso de crianças à escola, já que entre 10% e 14% das
famílias que vivem em fazendas onde o produto é cultivado perdem aula em razão
do trabalho na lavoura.
– Mulheres: entre 60% e 70% dos
trabalhadores de lavouras de tabaco são mulheres, o que as coloca em contato
constante com produtos químicos perigosos à saúde.
– Saúde: o tabaco responde por cerca
de 16% de todas as mortes provocadas por doenças crônicas não transmissíveis.
Brasil
Dados do Instituto Nacional do Câncer
indicam que, em 2011, foram gastos R$ 23 bilhões com o tratamento de algumas
das mais de 50 doenças relacionadas ao tabaco. Já a arrecadação com impostos
sobre cigarros recolhidos no mesmo ano foi da ordem de R$ 6 bilhões.
“Mas o custo do tabagismo no Brasil,
avaliado pela pesquisa, ainda está subestimado: não incluiu o custo gerado pelo
absenteísmo, a perda de produtividade, as despesas das famílias, entre outros
gastos indiretos relacionados ao tabaco”, destacaram o órgão.
Durante as atividades do Dia Mundial
sem Tabaco, está prevista a divulgação de novo estudo com dados atualizados
sobre o impacto econômico do tabagismo no Brasil, incluindo custos com a perda
de produtividade.
Fonte: Agência
Brasil
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