SÃO GONÇALO NEWS

Estudante de direito, Pietro
confirmou que fazia parte da principal torcida organizada do Vitória, mas
deixou o grupo em fevereiro deste ano. Ele nega participação no crime
As investigações acerca do assassinato do torcedor Carlos Henrique Santos de Deus,
crime ocorrido na noite do último domingo, na Avenida Vasco da Gama, em
Salvador, após o clássico Ba-Vi, resultaram na primeira prisão. Na tarde desta
segunda-feira, a Polícia Civil informou que Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira,
apontado como um dos cinco envolvidos no homicídio, foi detido por volta das
14h, na casa onde morava com a mãe, no bairro do Garcia, em Salvador. Ele nega
participação no crime, mas confirmou que fazia parte da principal torcida
organizada do Vitória, mas que deixou o grupo em fevereiro deste ano. O acusado
foi reconhecido por um sobrevivente do ataque.
A prisão foi efetuada por policiais do Departamento de Homicídios e
proteção à Pessoa. Pietro foi autuado em flagrante por homicídio, por conta da morte
do torcedor do Bahia, e por tentativa de homicídio, porque um amigo de Carlos
Henrique foi baleado de raspão no pescoço e socorrido para o Hospital Geral do
Estado (HGE).

Segundo a delegada Patrícia Brito, Pietro é estudante de Direito,
trabalha como motorista do Uber e segurança de uma universidade de Salvador.
Ele acumula passagens na polícia por furto de veículos e briga generalizada.
Pietro chegou a ficar 10 dias preso em fevereiro desse ano após se envolver em
uma briga com torcedores do Bahia. A delegada afirmou que ele foi indiciado na
época por roubo e agressão, já que uma das vítimas teve materiais pessoais
roubados.

Conforme as testemunhas, entre elas a vítima baleada de raspão no
pescoço, Pietro estava em um carro com outras quatro pessoas e contou com o
apoio de um outro carro e dois ônibus da principal torcida organizada do
Vitória para cercar as vítimas. Carlos Henrique tentou correr para um posto de
combustíveis próximo ao Dique do Tororó, mas foi perseguido, espancado e morto
com três tiros. De acordo com a polícia, os tiros foram deflagrados por Pietro
e outro homem que estava no carro e que está sendo procurado.
Pietro seria apresentado à imprensa nesta tarde, mas o advogado dele,
Antônio Glorisman, impediu, para preservar a imagem do suspeito, segundo a
delegada. Gloirisman contou que Pietro foi ver o jogo com a namorada e com o
cunhado.
- Ele saiu do estádio às 18h40h e chegou em casa às 19h10h. Foi direto e
não se envolveu em confusão nenhuma.
A polícia diz que a vítima não foi um alvo marcado, já que não houve
nenhuma desavença entre Pietro e Carlos Henrique, e que o crime foi cometido
após uma briga entre torcedores do Bahia e do Vitória, no final do clássico. Em
depoimento, Pietro afirmou que foi para a casa da mãe após o jogo e que não se
envolveu em confusão.
O corpo de Carlos Henrique, que tinha 17 anos, foi sepultado na tarde
desta segunda-feira, no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em
Salvador. O pai da vítima, o segurança José Carlos Espírito Santo de Deus, de
51 anos, afirmou, em entrevista para a TV Bahia, que o filho não fazia parte de
torcida organizada, hipótese levantada após o crime.
Tive um pressentimento, falei para ele não ir. Ele disse que já tinha
comprado o ingresso. Ba-Vi da paz? Cadê a paz? Meu filho nem bebe, quem dirás
fazer parte de torcida organizada. Infelizmente meu filho foi mais uma vítima
da violência de Salvador. O que estou sentindo hoje, amanhã qualquer um pode
sentir da mesma forma – declarou.
De acordo com um tio da vítima, ele foi surpreendido pelos agressores.
- Passou esse carro, saltou e já foi dando tiro, aquele corre-corre. Um
menino tranquilo, ficou sem saber onde correr. Tomou um tiro na perna e outro
no abdômen – relatou o tio da vítima, Jorge Conceição dos Santos, 53 anos.
Fonte SãoGonçaloNews
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