
Em manifestação encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a
defesa do presidente Michel Temer reiterou que o presidente e o PMDB
"não foram os responsáveis" pelas contratações dos serviços de gráficas
que estão na mira da investigação da Corte Eleitoral. De acordo com a
defesa, como Temer e o PMDB não contrataram as gráficas, o presidente e a
sigla "não detêm conhecimento sobre qualquer irregularidade no
pagamento e na prestação dos serviços" daquelas empresas. A manifestação
de Temer, enviada na última quarta-feira, 1º de fevereiro, foi feita no
âmbito do processo que apura se a chapa encabeçada por Dilma Rousseff
(PT), de quem Temer foi vice, cometeu abuso de poder político e
econômico para se reeleger em 2014. Caso o TSE decida cassar Temer,
serão realizadas eleições indiretas para definir o seu sucessor no
Palácio do Planalto. No dia 27 de dezembro, a Polícia Federal realizou
buscas e apreensões em gráficas que prestaram serviços para a campanha
de Dilma e Temer em 2014. Foram cumpridas diligências em Minas Gerais,
São Paulo e Santa Catarina, em cerca de 20 locais - dentre eles, nas
sedes das empresas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, além de outras
empresas subcontratadas por elas. A Polícia Federal já pediu ao TSE o
compartilhamento de provas para a abertura de uma investigação criminal
sobre a movimentação financeira da chapa Dilma-Temer em 2014. Os
investigadores apontam indícios de lavagem de dinheiro em repasses
feitos pelas gráficas. Para a defesa do presidente, uma eventual
investigação criminal é "matéria estranha" ao processo que tramita no
TSE, que apura se houve crime eleitoral. "Ainda, oportuno repisar que o
resultado pericial, se comprovado em conjunto com outras provas,
demandará investigação criminal, a ser instaurada em juízo e
procedimento próprios, a fim de buscar os responsáveis pelas ilicitudes,
sendo, pois, matéria estranha às ações em trâmite no TSE e onde
ocorreram os atos instrutórios aqui referidos", diz a defesa de Temer,
assinada pelo advogado Gustavo Guedes.
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