São Gonçalo dos Campos,Ba
Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 às 21:30h
Fonte Folha Vitória
ACORDO FECHADO. Governo chega a acerto com entidades de militares para fim da paralisação.
O questionamento feito por parte de familiares e amigos de policiais militares é de que nenhuma das mulheres que participou de reuniões anteriores esteve presente no acerto
O Governo do Estado chegou a um acordo para o fim da manifestação dos familiares que acarretou na paralisação da Polícia Militar. O acordo foi fechado na noite desta sexta-feira (10).
Na reunião estiveram presentes pelo menos seis entidades
representativas de militares estaduais. O Governo do Estado prometeu, em
documento assinado na reunião entre as partes, não impetrar punições
administrativas disciplinares aos militares que voltarem às escalas de
serviço a partir das 7h deste sábado (11).
O questionamento feito por parte de familiares e amigos de policiais
militares é de que nenhuma das mulheres que participou de reuniões
anteriores esteve presente no acerto. Desta forma, por volta das 21h,
grupos de manifestantes continuavam em frente a batalhões no Espírito
Santo.

O movimento até hoje
Na última quinta-feira (9) uma reunião entre representantes do
governo e as mulheres que representam o movimento de paralisação dos
policiais militares foi realizada, porém, após mais de 10 horas de
duração, terminou sem um acordo entre as partes.
Os representantes das manifestantes e das associações que representam
os policiais militares foram recebidos pelo comitê permanente de
negociação do governo, formado pelos secretários da Fazenda, Paulo
Roberto Ferreira; de Controle e Transparência, Eugênio Ricas; de
Direitos Humanos, Júlio César Pompeu; e da Casa Civil, José Carlos da
Fonseca Júnior.
Essa foi a segunda rodada de negociações, depois que o Governo do
Estado instituiu o comitê de negociação. A primeira foi na noite de
quarta-feira (08) e durou cerca de três horas.
Crise na segurança
A crise na segurança pública durou seis dias e o assunto foi destaque internacional. As
vias de acesso dos batalhões capixabas foram fechadas pelas famílias e
amigos dos militares, o que levou à paralisação total dos policiais. O
resultado foi muita insegurança, arrombamento, saques, assaltos e
centenas de mortes em todo Espírito Santo.
As manifestações começaram na sexta-feira (3), quando parentes de policiais militares se reuniram em frente ao 6º Batalhão,
na Serra, e bloquearam a saída de viaturas. Dentre as reivindicações,
estavam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação,
periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos policiais.

Mais de 100 mortes no Espírito Santo
Já são mais de 100 assassinatos contabilizados em todo o Espírito Santo
em seis dias de paralisação dos policiais militares, de acordo com o
Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo
(Sindipol/ES).
Segundo o presidente do sindicato, Jorge Emílio Leal, os números exatos pararam de ser atualizados.
Crise na Polícia Civil
Na quarta-feira (8), policiais civis fizeram um protesto manifestando pesar à morte do investigador, Mário Marcelo Albuquerque, que foi vítima de um disparo no abdômen ao tentar evitar um assalto no município de Colatina.
Assim como a Polícia Militar, a categoria reivindica por melhores condições de trabalho, reajuste salarial, dentre outras.

Uma ordem verbal feita pelo presidente Michel Temer ao ministro da
Defesa, Raul Jungmann, pediu o envio de cerca de 800 a 850 militares do
Exército Brasileiro, do Rio de Janeiro, para se juntar aos 200 militares
que atuarão no Espírito Santo para retomada da segurança no Estado.
De acordo com o Ministério da Defesa, mil homens das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e 200 da Força Nacional foram
empregados na Garantia da Lei e da Ordem, na última segunda-feira (06),
no Espírito Santo, principalmente, na Grande Vitória.
Sem ônibus
Foram poucos os dias em que os coletivos conseguiram circular na
Grande Vitória. Na manhã de quinta-feira, o presidente do Sindicato de
Guarapari, Wallace Belmiro Fornaciari, de 49 anos, foi morto a tiros a caminho do serviço, no bairro Alvorada, em Vila Velha.
Por conta do assassinato, o presidente do Sindicato dos Rodoviários
da Grande Vitória, Edson Bastos, decidiu retirar os ônibus das ruas e
retornar para as garagens. De acordo com ele, não havia a segurança
suficiente como prometido pelo Governo e os rodoviários estavam sendo
ameaçados por suspeitos armados nas ruas.
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