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terça-feira, 2 de maio de 2017

SEM BATALHÃO ESPECIAL, GUARDAS SUSPEITOS DE CRIMES SÃO LEVADOS À CELAS COMUNS NO PRESÍDIO SALVADOR

“Tu tens homens que estão a educar”. Essa uma é parte do hino da Guarda Municipal de Salvador. A reportagem começou com esse trecho para mostrar uma realidade: os agentes cometem crimes ou se exaltam no exercício do cargo (seja atirando em suspeitos ou batendo neles) acabam presos. A questão é que o órgão soteropolitano não possui um batalhão especial para abrigar os infratores assim como ocorre nas Polícias Militar e Civil.

A corporação é relativamente nova. Foi criada em 2007 pelo então prefeito João Henrique e estruturada na gestão do atual prefeito ACM Neto (DEM) nos primeiros anos de seu mandato. De lá pra cá, alguns casos envolvendo agentes chamaram a atenção.
O último deles em dezembro de  2016. Os guardas municipais Ricardo Luiz Silva da Fonseca e Naílton Adorno do Espírito Santo foram apontados pela Polícia Civil pela morte do representante comercial e ex-dançarino Marcelo Tosta. O crime aconteceu na casa de shows Coliseu, em Patamares. No inquérito ficou provado que Ricardo foi o autor do disparo que atingiu a vítima. Já Naílton foi acusado de ser o coautor do homicídio.
Naílton ficou custodiado no Complexo prisional da Mata Escura cerca de um mês, entre janeiro e fevereiro de 2017. Como, por questão de segurança, ele não poderia ficar junto com os demais presos, a solução foi colocá-lo no Centro de Observações Penais (COP), até ser beneficiado pela revogação da prisão preventiva. Já Luiz foi preso no final de fevereiro e encaminhado também para o mesmo local, onde permanece até a publicação desta reportagem.
Para o coordenador do Sindicato dos Agentes Penitenciários da Bahia, Reivon Pimentel, a manutenção dos operadores da segurança no local não é ideal. “No COP, o preso fica em observação. Lá será feita a análise do delito dele e, em seguida, é encaminhado para as unidades. O que acontece no Complexo de Salvador hoje é que não existe uma unidade para que os operadores de segurança fiquem custodiados. Por isso eles estão no COP”, resume.
No último dia 23 de março, os advogados de Luiz pediram a soltura dele baseado em dois argumentos. Um deles foi justamente a falta do Batalhão especial de custódia dos Guardas Municipais. A juíza Gelzi Maria Almeida Souza negou o pedido, mas fez uma ressalva. “Mantenho o Réu recolhido no COP, em cela distinta dos presos comuns, lugar onde será mantido enquanto permanecerem os requisitos da prisão preventiva”.
RESPOSTA

Procurada, a Guarda Municipal não respondeu os contatos feitos pela reportagem.
Fonte AratuOnline

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