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O procurador Carlos Fernando dos Santos
Lima disse que o depoimento de Lula não teve consistência
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Em
entrevista no dia seguinte ao encontro com Lula no prédio da Justiça
Federal, o procurador, que estava na sala do interrogatório na tarde de quarta,
lamentou o fato de o petista ter imputado à ex-primeira-dama Marisa Letícia,
morta em fevereiro, a intenção de adquirir o tríplex no Guarujá (SP), objeto da
ação penal, como investimento.
"No geral, eu não vi nenhuma consistência nas alegações (de
Lula). Infelizmente, as afirmações em relação à Dona Marisa a responsabilizando
por tudo é um tanto triste de se ver feitas nesse momento até porque, como o
ex-presidente disse, ela não está aí para se defender", afirmou.
O procurador avaliou que o depoimento "transcorreu como
tinha que transcorrer" e criticou os advogados do petista por ter
criticado o MPF e acusado os procuradores e o juiz Sérgio Moro de terem feito
perguntas que não constam na denúncia. "Talvez a defesa devesse olhar os
autos com mais cuidado", disse.
Para Santos Lima, a afirmação dada pelos advogados de Lula em
coletiva de imprensa após a audiência sobre a atuação de Moro e do MPF no
interrogatório "talvez sirva para confundir" e é
"inadmissível".
"Para nós, ela é absolutamente sem sentido e
capciosa", completou.
Comentando o embate travado entre Lula e Moro quando o juiz
questionou o réu sobre afirmações feitas na semana passada, quando o petista
disse que prenderia quem hoje "inventa mentiras contra ele", o
procurador minimizou os efeitos das declarações de Lula.
"Presidente não manda prender. Então isso era uma coisa que
só podia ser uma forma de se expressar um pouco mais eloquente", comentou.
O procurador afirmou que, obrigatoriamente, o MPF vai pedir mais
diligências antes das alegações finais no processo. Santos Lima disse que os
procuradores estão definindo neste momento o conteúdo dos próximos pedidos à
Justiça.
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